Tudo parece muito bonito, simples e rápido na construção seca, mas e quanto aos custos? E os benefícios? Quais são? Qual o custo-benefício desse tipo de construção? Existem muitas varáveis quando começamos a falar em construção seca e aqui vamos listar alguns pontos para te ajudar a pensar sobre o assunto.
Afinal, o que é construção seca?
Construção seca é aquele tipo de obra que foge do convencional. Ela recebe o nome de ‘seca’ por realmente usar menos água em canteiro de obras, o que possibilita que o processo de obra seja menos artesanal e mais industrializado. Isso traz vantagens como falamos neste post aqui.
Mas, qual é o custo dela?
A quem vê de fora, tudo pronto e executado, pode parecer tudo tão simples, quase simplório. E barato. Mas não é bem assim. Entender a dinâmica por trás dessas soluções, ajuda a entender a complexidade do processo.
Por ser industrializada, a construção exige um trabalho intelectual maior: isso quer dizer mais tempo gasto em projeto e cálculos, para que depois de muita análise e aprimoramento de projeto, se possa começar a construir. Todo esse ‘penso’ por trás, concede a obra mais agilidade: se gasta menos tempo em canteiro, pois grande parte da construção será feita em fábrica – será industrializada – e chegará mais pronta na obra, onde a mão-de-obra especializada realizará a montagem da estrutura.
Tudo isso significa que os participantes desse processo desde o projeto e até chegar na obra, devem ser mais qualificados do que o pessoal que tradicionalmente vemos em obras de estrutura de concreto armado e alvenaria. Isso implica em um custo aparentemente maior do que a construção convencional, em um primeiro momento. Mas podemos explicar porquê não é bem assim.
O que é caro?
Caro e barato são termos relativos. Quando um determinado item entrega muito valor, não nos importamos de pagar mais por ele, mesmo que tenha um concorrente mais barato, mas que não nos entrega tanto. Isso acontece na construção seca: a relação custo-benefício pode mostrar porque é uma vantagem construir assim.
Os custos e os benefícios
Quando se analisa na ponta do lápis as contas, pode se perceber que o ditado “o barato sai caro” se confirma. Por exemplo, na construção convencional – de alvenaria de tijolos ou blocos mais estrutura de concreto armado moldada no local – temos um valor por metro quadrado relativamente mais baixo do que a construção seca – woodframe, steelframe e entre outros sistemas. Mas isso somente é verdade, se não analisarmos outros fatores determinantes em conjunto – devemos comparar também o tempo de obra e a precisão do orçamento, que são bastante distintos entre os dois métodos de construção.
Quem já construiu sabe a dor de cabeça que pode ser ter uma obra desorganizada e sem previsão de fim. O prazo não para de se estender ao mesmo tempo em que aquela previsão inicial de orçamento para o material já dobrou e a obra não está perto do fim. Isso quando a equipe contratada inicialmente não desaparece e você tem que correr atrás de outros para terminar o serviço.
Por outro lado, quando temos planejamento, orçamento e cronograma, tudo pode ser diferente. E isso acontece na construção seca pois temos maior controle, tanto sobre o projeto quanto sobre o processo. O projeto é bastante elaborado, o que nos dá uma noção bastante aproximada da realidade na hora de orçarmos. Somado a isso, temos o processo de obra, que é em grande parte industrializada, garantindo maior precisão e menor tempo em canteiro, possibilitando uma estimativa de prazos mais verdadeira. Ou seja, o custo que em um primeiro momento é mais alto, acaba se tornando mais em conta, devido a gama de benefícios que proporciona.
Outros benefícios da construção seca
Os benefícios da construção seca, não param por aí: além de termos maior controle e precisão durante todo o processo, podemos considerar esse tipo de obra mais sustentável. Podemos pensar em estratégias que tornem a casa eficiente, desde o início do projeto, levando em consideração o aproveitamento das condicionantes naturais da melhor maneira possível. Além disso, podemos utilizar de técnicas de conforto térmico e acústico, técnicas que promovem economia de energia e reuso de água, por exemplo.
Ainda podemos associar outras técnicas que tornam a casa ainda mais sustentável, como placas solares, aquecimento natural de água, entre outras estratégias e, também, podemos controlar o uso dos materiais e a origem certificada deles. Ainda que a questão do custo seja maior em um primeiro momento, são estratégias que representam economia a longo prazo.
Em conclusão
Pode ser que você esteja se perguntando, porque acreditamos tanto na construção seca. O motivo é que imaginamos o futuro assim: mais inteligente, mais econômico, e mais sustentável. Além disso, esse tipo de construção colabora com a Agenda 2030 da ONU contemplando Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, principalmente os objetivos de número 11, 12 e 13.