O que caracteriza uma construção inteligente? Por que ainda usamos maneiras tão convencionais para construir nossas casas? Já existe uma maneira mais inteligente e eficiente de construir, que utiliza da melhor forma, tanto dos materiais quanto o orçamento disponível, e além disso aproveita os recursos agregados características do entorno para que a edificação tenha um desempenho ainda melhor em eficiência térmica e energética.
Evolução da construção
Muito já se evoluiu em matéria de tecnologia na hora de construir. Já existem projetos inteligentes e interativos; diferentes maneiras de antecipar aos nossos clientes como serão os ambientes, as combinações dos materiais. Existe como prever o jeito que a luz e o vento incidem nas edificações, entre muitos outros avanços da tecnologia. Ainda assim, às vezes parece que estamos construindo como nossos antepassados. Seria essa a melhor forma de construirmos em pleno século XXI?
Construção Convencional e Construção Seca
Quando se fala em construção convencional, queremos dizer empilhar tijolos, manualmente, dependendo de mão de obra disponível localmente e da qualificação de cada um desses prestadores de serviço.
Todos nós conhecemos alguém que já teve alguma experiência negativa com esse tipo de obra, por exemplo, quando o projeto não é respeitado, o prazo também não; os materiais acabam muito mais rápido que o previsto e o orçamento foge do controle cada vez mais. E isso tudo quando a mão de obra não desiste e larga você na mão no meio do processo. Então, é uma nova saga até achar outro prestador, acertar valores, conseguir recuperar parte do investimento, aproveitar os materiais e a construção feita até ali. Enfim, vários problemas pequenos que vão acumulando e se tornam uma grande bola de neve.
E o que construção seca tem a ver?
A construção seca surge com o intuito de resolver alguns desses problemas antes mesmo de eles aparecerem. Os mais famosos métodos construtivos que estão dentro desse tipo de construção chamada ‘seca’ são o Woodframe e o Steelframe, sobre os quais já falamos um pouco sobre como funcionam e quais são suas qualidades, em post como esse aqui e esse aqui do blog, e por aí já podemos perceber por que são considerados como construção inteligente.
Elas são chamadas ‘secas’ justamente por usarem menos água no processo, o que já dá uma dica de que o processo é menos artesanal e, portanto, menos dependente da mão de obra pouco especializada da construção convencional. Isso também significa que a construção seca é composta de ‘peças que chegam mais prontas ao canteiro de obras’ e portanto, sendo mais dependente de um processo fabril, que, por sua vez, depende de um Projeto bem elaborado e corretamente dimensionado, caso a caso.
E é aí que está o segredo para todas as vantagens da construção seca: quando dispomos de mais tempo para a parte de Projeto, tanto de Arquitetura quanto para o de Estrutura, podemos ter maior detalhamento de como tudo vai funcionar no canteiro de obras e, assim, a previsibilidade aumenta: a estimativa de materiais, de orçamento e de mão de obra necessários para cada casa. Tudo passa a ser uma estimativa muito mais precisa, graças a esses detalhamentos.
A fabricação das peças que chegam pré-prontas, carecendo somente de montagem e revestimentos finais em alguns casos, garante que o uso dos materiais será feito de maneira inteligente e, por ser industrializado, a qualidade das peças seguirão um padrão pré-estabelecido, o que dá qualidade a construção, sem depender da mão-de-obra local. Assim se tem um resultado mais previsível e mais próximo do esperado do que a grande maioria das obras convencionais, tornando a construção inteligente também, pois é dessa maneira que se utiliza dos recursos disponíveis.
Afinal, o que é construção inteligente?
É uma construção que utiliza e administra os recursos disponíveis da melhor maneira possível. São usadas técnicas e estratégias combinadas para atingir no final o resultado mais eficiente dentre as possibilidades que se apresentam. Além de considerar a melhor técnica construtiva para cada caso, uma construção inteligente leva em conta também as características do entorno.
Fatores como localização, clima, incidência solar e ventos, iluminação natural, vegetação do entorno, desnível do terreno, proximidade de corpos de água, edificações circundantes, entre outros, são muito importantes na hora de considerar a melhor maneira de implantar uma casa e de pensar como tirar proveito no entorno, para assim executar uma construção inteligente de verdade.
São essas as características que serão aproveitadas – ou ao contrário, serão evitadas – pelas estratégias que tornarão a casa inteligente, como captação de ventilação e iluminação natural, isolamento térmico e acústico das paredes, varandas, aberturas voltadas para uma determinada direção. Enfim, as possibilidades são muitas e as combinações de quais estratégias usar ou não usar, são infinitas! Vai ser diferente a cada caso, pois depende da análise de todos os fatores particulares do lugar, incluindo os desejos de cada cliente.
As vantagens de uma construção inteligente
Com essa ideia norteadora de implantar a casa de forma inteligente e ainda poder utilizar os recursos disponíveis, podemos ter resultados muito satisfatórios tanto em desempenho técnico – acústico, térmico, de iluminação, entre outros – quanto em relação à estética, pois não impede que seja atingida à expectativa formal do cliente. Além de que uma construção inteligente, com recursos bem utilizados, significa economia de tempo e dinheiro, além de um redução nos desperdícios de obra.
Aqui na Harpa somos entusiastas da construção inteligente por ser, dentro do que conhecemos até hoje, o método mais eficiente, rápido e limpo de se construir e garante a otimização dos recursos disponíveis, independente de quais sejam eles.
