Tudo sobre Projetos Complementares

Imagem de uma casa com revestimento em madeira em meio à vegetação.

Você sabe a importância dos Projetos Complementares? São eles que garantem que a casa vai funcionar, desde a estrutura, dimensionada apropriadamente, passando por instalações mais básicas como elétrica e hidráulica e dependendo do caso, outras instalações mais complexas como ar condicionado, automação, proteção contra incêndio, proteção contra descargas atmosféricas, lógica, gases, entre outros.

Imagem de uma casa em estrutura e revestimentos de madeira, com uma janela balcão projetada para fora, calculada por um dos projetos complementares, o projeto estrutural
Casa Rio Novo – Atente para a charmosa Janela Balcão: só foi possível graças ao Projeto Complementar de Estrutura que calculou as cargas e dimensionamento correto dos materiais necessários para que fosse possível a sua execução.

O que são?

Você pode até não perceber mas a importância dos Projetos Complementares está presente no nosso dia-a-dia. Geralmente, só percebemos quando e onde ela está mal feita, ou mal posicionada. Já reparou quando uma luminária não atende a luminosidade necessária na hora de escrever ou realizar outro trabalho que necessite alta precisão? São detalhes como esse, que impactam na nossa vida se não estão bem resolvidos que os Projetos Complementares ajudam a resolver e prever até possibilidades futuras de adaptação.

Os Projetos Complementares são, como o próprio nome diz, complementares ao Projeto de Arquitetura. São eles que garantem o funcionamento de diversas disciplinas que são necessárias ao bom funcionamento de uma casa pois preveem e dimensionam a necessidade que tem aquela casa em termos de demanda de água e energia elétrica, por exemplo.

Os principais tipos de Projetos Complementares

Os principais Projetos Complementares que uma casa precisa são, normalmente, os das disciplinas de Estrutura, Elétrica, Luminotécnico e Hidráulica, que inclui a entrada de água, a saída de água pelo esgoto sanitário, e coleta de águas da chuva e drenagem do terreno, também chamada de águas pluviais ou esgoto pluvial.

Imagem do interior de uma casa em revestimento de madeira em dois tons, com a parede dos armários da cozinha com fogão, forno e depurador ao fundo. Forro em madeira. Podemos ver as instalações dos projetos complementares, como as hidrossanitárias, elétricas e luminárias. Na imagem também temos um sofá de costas, e um rack com a televisão ao fundo.
Sala integrada à cozinha da Casa Rio Novo – Para que os diferentes sistemas que compõem a casa funcionem, é preciso que sejam projetados para atender corretamente às demandas dos usuários do espaço.

Dimensionamento dos materiais e equipamentos

Esses Projetos servem para dimensionar itens como as tubulações de água e as cargas de elétrica, para que a demanda prevista da casa seja atendida com sucesso. Esses projetos levam em conta a geometria da casa, considerando as paredes, pisos e tetos por onde passarão essas tubulações. Outro benefício de termos esses Projetos Complementares feitos com antecedência em relação à obra, – ou pior ainda feitos de qualquer jeito, sem projeto na obra – é que eles consideram os caminhos ideias para cada disciplina, desde as entradas de energia elétrica e água fria, coordenando as distâncias entre cada caixa de inspeção no pátio até chegar na casa pelo melhor ponto, onde faz mais sentido começar a distribuição pela casa inteira.

Casos Especiais

Dependendo da situação de cada casa, talvez sejam necessários outros projetos complementares, como o de Ar condicionado e Automação, por exemplo. Os projetos calculam a demanda de acordo com o uso, ocupantes e dimensões da casa, além de levarem em consideração fatores como a localização e posição da casa no terreno, e insolação e ventilação, que também são importantes.

Como resultado, esses projetos nos fornecem informações suficientes para que os sistemas funcionem corretamente na casa, especificando materiais e equipamentos adequados à situação. É esse dimensionamento que nos dá a certeza que, por exemplo, o ar condicionado vai funcionar corretamente e gelar em um dia quente de calor, para citar um dos casos em que são fundamentais os Projetos Complementares.

Outras obras

Quando estamos falando de outros Projetos de Arquitetura, como de obras comerciais ou edifícios por exemplo, os Projetos Complementares podem ser mais diversos ainda, pois, por norma, são exigidos outros projetos como Plano de Proteção Contra Incêndio – o famoso PPCI – e o Sistema de Proteção a Descargas Atmosféricas – o ‘projeto de para-raios’ ou SPDA. Ainda podemos ter outras necessidades, de acordo com o tipo de edificação e o seu fim, podendo exigir Projeto de Gases, de Lógica entre outras instalações.

Compatibilização de Projetos

Ao termos todos os Projetos Complementares necessários para cada caso em mãos, você acha que acabou? Não mesmo! O trabalho do Projeto de Arquitetura continua!

É necessário que seja feita ainda mais uma etapa dentro do Projeto de Arquitetura, chamada de Compatibilização. Essa compatibilização garante a que as diferentes disciplinas não terão interferências uma com as outras, pois é onde o olhar atento do Arquiteto faz uma varredura nas diferentes disciplinas para identificar possíveis falhas.

Imagem do interior de uma casa em revestimento de madeira em dois tons, com a parede dos armários da cozinha ao fundo. Podemos ver as instalações dos projetos complementares, como as hidrossanitárias, elétricas e luminárias. Na imagem também é possível ver uma mesa em madeira com quatro cadeiras junto a janela, um pedaço de sofá
Cozinha integrada à sala da Casa Rio Novo – A compatibilização entre os projetos complementares e o Projeto de Arquitetura é o que permite que todas as coisas funcionem bem dentro de casa. Desde a janela balcão que necessitou muito cálculo estrutural, passando pelas instalações hidráulicas da cozinha e banheiro até as instalações elétricas de toda a casa.

Esse processo é facilitado por uma ferramenta de projetos com a chamada tecnologia BIM, que permite que façamos uma sobreposição dos diferentes projetos e assim, poder prever e antecipar possíveis interferências ainda em projeto, evitando retrabalhos em obra e gastos desnecessários.

O resultado dessa etapa de compatibilização de projetos é detalhado na sequência no que virá a ser o chamado Projeto Executivo, que é basicamente o material que vai para a obra, com as instruções do que deve ser construído e como deve ser construído. Aqui na Harpa gostamos de dizer que o Projeto Executivo funciona como um guia para a obra e para podermos realizar o melhor guia possível, precisamos de todas as informações dos projetos complementares compatibilizadas.

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